Ensaio: “Valor,
Ética e Moral Cristãs e Modernas”
Por: Almir Melo
Atualmente
tem sido muito difícil de ser um verdadeiro cristão. O mundo
cristão é amparado na idéia de ajuda ao próximo e solidadriedade,
visto que esse seria um dos ensinamento de Jesus. Ser solidário é
condição fundamental para o seguimento do ensinamentos de Jesus, já
que em sua vida na Terra, ele nada mais foi que uma personificação
da bondade, do perdão, da humildade, do sentimento verdadeiro pelo
próximo. Esse preceito, nos vale no sentido de dizer que devemos ser
uma tentativa incessante de ser Jesus, de seguir seus passos na
Terra.
Mas será
possível alguém ser esse ser na sociedade moderna? A resposta
definitivamente seria: “pouco provável”. Como alguém pode
pensar no próximo em uma sociedade que valoriza incessantemente o
individualismo, e que nos passa a ideologia do “cada um por si e
Deus por todos?”. Esse sujeito autônomo da modernidade em nada se
parece com àquele sujeito coletivo da Idade Média, num tempo onde
se pensava primeiramente no bem de todos, antes de se pensar no bem
individual. Descartes, já considerava a idéia de que a verdade esta
dentro de cada um, “penso logo existo”, é uma maneira de dizer
que a verdade não pode ser encontrada em outro lugar além de si
mesmo, e isso fundamenta a idéia de que “não preciso mais do
outro, possuo a verdade dentro de mim”. Isso, junto com o contexto
social da época (séc. XIX), fomentou a construção desse ser
antropocêntrico que agora se acha o centro do mundo. Ser
verdadeiramente cristão se torna cada vez mais improvável, já que
nada mais é sagrado, o mundo não é mais sagrado, a Natureza não é
mais sagrada, e tudo passa a ser um mero instrumento de controle do
Homem, que para se encher de poder, passa por cima de tudo e de
todos, competindo cada vez mais e mais.
E apesar de
toda essa “tragédia” da modernidade, ainda sim temos a utopia de
que um dia a sociedade vai se tornar justa, séria, solidária,
fraterna; ora, isso sim é que é utopia, pois estamos caminhando no
sentido contrário dessa via e nos afastando cada vez mais desse
objetivo. O importante dessa utopia é que ela de certa forma
sustenta a sociedade enquanto objetivo de ser, mesmo sabendo da
impossibilidade de algum dia sermos isso tudo.
Enfim,
todos pensamos que somos cristãos verdadeiros, mas na verdade, nós
matamos o Jesus há muito tempo e não sabemos mais como agir e, ao
invés de nos fiarmos nele como referencial, nós nos apegamos à
razão cartesiana e às dourinas das religiões, e deixamos de fazer
o que mais pensamos que fazemos, que é pensar por si próprio, para
seguirmos modelos que em si, nada tem de valor espiritual. Seguir
doutrinas de Igrejas não é seguir Jesus, pois muito pouco do que
ele pregava é efetivamente o que lá se pede. Valor, Ética e Moral,
são criações humanas e que em si não tem sentido nenhum, e que
servem apenas de controle social, e devem ser seguidas com cuidado e
observadas atentamente.
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