quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ensaio: “Valor, Ética e Moral, cristãs e modernas”


 Ensaio: “Valor, Ética e Moral Cristãs e Modernas”

Por: Almir Melo



Atualmente tem sido muito difícil de ser um verdadeiro cristão. O mundo cristão é amparado na idéia de ajuda ao próximo e solidadriedade, visto que esse seria um dos ensinamento de Jesus. Ser solidário é condição fundamental para o seguimento do ensinamentos de Jesus, já que em sua vida na Terra, ele nada mais foi que uma personificação da bondade, do perdão, da humildade, do sentimento verdadeiro pelo próximo. Esse preceito, nos vale no sentido de dizer que devemos ser uma tentativa incessante de ser Jesus, de seguir seus passos na Terra.
Mas será possível alguém ser esse ser na sociedade moderna? A resposta definitivamente seria: “pouco provável”. Como alguém pode pensar no próximo em uma sociedade que valoriza incessantemente o individualismo, e que nos passa a ideologia do “cada um por si e Deus por todos?”. Esse sujeito autônomo da modernidade em nada se parece com àquele sujeito coletivo da Idade Média, num tempo onde se pensava primeiramente no bem de todos, antes de se pensar no bem individual. Descartes, já considerava a idéia de que a verdade esta dentro de cada um, “penso logo existo”, é uma maneira de dizer que a verdade não pode ser encontrada em outro lugar além de si mesmo, e isso fundamenta a idéia de que “não preciso mais do outro, possuo a verdade dentro de mim”. Isso, junto com o contexto social da época (séc. XIX), fomentou a construção desse ser antropocêntrico que agora se acha o centro do mundo. Ser verdadeiramente cristão se torna cada vez mais improvável, já que nada mais é sagrado, o mundo não é mais sagrado, a Natureza não é mais sagrada, e tudo passa a ser um mero instrumento de controle do Homem, que para se encher de poder, passa por cima de tudo e de todos, competindo cada vez mais e mais.
E apesar de toda essa “tragédia” da modernidade, ainda sim temos a utopia de que um dia a sociedade vai se tornar justa, séria, solidária, fraterna; ora, isso sim é que é utopia, pois estamos caminhando no sentido contrário dessa via e nos afastando cada vez mais desse objetivo. O importante dessa utopia é que ela de certa forma sustenta a sociedade enquanto objetivo de ser, mesmo sabendo da impossibilidade de algum dia sermos isso tudo.
Enfim, todos pensamos que somos cristãos verdadeiros, mas na verdade, nós matamos o Jesus há muito tempo e não sabemos mais como agir e, ao invés de nos fiarmos nele como referencial, nós nos apegamos à razão cartesiana e às dourinas das religiões, e deixamos de fazer o que mais pensamos que fazemos, que é pensar por si próprio, para seguirmos modelos que em si, nada tem de valor espiritual. Seguir doutrinas de Igrejas não é seguir Jesus, pois muito pouco do que ele pregava é efetivamente o que lá se pede. Valor, Ética e Moral, são criações humanas e que em si não tem sentido nenhum, e que servem apenas de controle social, e devem ser seguidas com cuidado e observadas atentamente.

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